sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A Costa Vicentina e não só...


     Cascais
Transcrevo o artigo seguinte cujo autor é José Vegar, que subscrevo.

     Cascais
  (Note-se que as fotos escolhidas são apenas para identificar o contrário do teor do artigo).

Creio, que peca por considerar apenas a Costa Vicentina porque toda a nossa zona costeira está em perigo, por motivos de ordem diversa, nomeadamente, através de construções sem planeamento em incumprimento da lei, e a falta ou recuperação tardia das estruturas levadas pela força do inverno, no Inverno.
Incompreensível é realmente a incompatibilidade que existe entre alguns seres humanos e a natureza, tal como, vem nitidamente representado no texto que transcrevo e a inercia das autoridades competentes.


«A Costa Vicentina, provavelmente o mais extraordinário paraíso natural costeiro da Europa, caminha para a destruição. Há alguns dias atrás, cumprindo a peregrinação anual que faço há quase vinte anos ao território, que vai de Odeceixe a Sagres, o que vi, não me surpreendendo, deixou - me, mais uma vez, profundamente irritado. Gostaria primeiro de partilhar alguns sinais, aparentemente dispersos, mas na verdade todos testemunhos pertencentes a uma realidade em movimento, para depois dar algum contributo para uma discussão que devia existir, ou que existe permanentemente de modo totalmente ineficaz. Nos parques de estacionamento urbanos de Aljezur, Carrapateira, Bordeira e Vila do Bispo, bem como nas ruas, nas dunas e nas praias, o campismo selvagem, e a pernoita selvagem nos carros, com o inevitável lançamento de urina, excrementos e lixo para o chão, é uma constante. As autocaravanas estacionam nos lugares onde é proibido faze - lo. Os acessos às praias não têm um modelo comum, ou são de terra, ou são de alcatrão, ou, mais estranho ainda, são de alcatrão e terra, na mesma estrada. Os cafés e bares de praia, ou não existem, ou são totalmente precários. Em muitos dos recantos isolados da faixa costeira, nascem "surf camps", "surf lodges" e semelhantes, que, sob a capa de alojamento ecológico e genuíno, são na verdade estruturas precárias destinadas a ganhar uns euros rápidos. As praias são territórios de confronto silencioso entre dezenas de micro escolas de surf, e veraneantes comuns. Algumas das escolas de surf surgem directa e diariamente de Espanha, explorando de graça um recurso valioso português. Toda a economia hoteleira, hotéis, turismos rurais, casas particulares, quartos, pensões, supermercados, restaurantes, cafés, aposta numa especulação absurda. Uma casa para seis pessoas custa 1500 euros por semana, duas pessoas não conseguem comer sopa, tosta e água por menos de 25 euros. O preço da fruta e dos legumes nos mercados e nos supermercados é absurdo de caro. A esmagadora maioria da oferta hoteleira e de diversão, dos turismos rurais às escolas de surf, é paralela, isto é não passa recibo e não paga impostos, apesar de todos os nativos, a começarem pelos funcionários das edilidades, saberem quem são os agentes económicos. Todo o território vive debaixo de um mítico manto de "terra de fronteira, terra sem Lei", o que é uma ideia poética, mas na verdade permite a instalação e acção sem sobressalto de indivíduos e entidades, de seitas místicas a especuladores económicos, que nada trazem de bom para o lugar que os acolhe. No meio disto tudo, os nativos e adotados sérios que por ali habitam, e são muitos, desesperam. O que levou a este caos contínuo e sempre em crescendo ao longo dos anos é extremamente simples. Com algumas excepções, os locais querem implantar o modelo "algarve", isto é densidade imobiliária sem limites, porque acreditam que este é o único modo de ganharem dinheiro "a sério". O Estado central não abdica do estatuto de "parque natural" fixado ao território, mas nada faz para o tornar dinâmico. Ou seja, nunca houve, e não há, um plano estratégico sério e realista para instalar no território um turismo sustentável, alternativo, cativante. A isto junta - se a esquizofrenia e limitação contínuas das edilidades, eternamente divididas entre a procura de receitas e o cumprimento das leis próprias de um parque natural, e uma população local que ainda não se libertou do estigma de pertencer a uma das zonas mais remotas e esquecidas de Portugal. O que daqui resulta é um cenário muito português. Vai -se andando, jogando a todo o momento ao gato e ao rato, dando uma licença aqui, multando ali, fechando os olhos lá ao fundo porque as pessoas precisam de ganhar a vida, fazendo umas operações "stop" com a GNR que pouco detectam. Todos sabemos que a continuar a ser construído assim o caminho da Costa Vicentina é a destruição lenta. O que é extremamente triste e cruel, porque todos sabemos também que este é o território que poderia ser uma bandeira nacional espantosa para o mercado interno e externo. Um lugar onde todos nos sentíssemos orgulhosos e felizes».

Sustentabilidade do rio Tejo



Resolução da Assembleia da República n.º 103/2015, de 27/07
Em defesa da sustentabilidade do rio Tejo a Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que:

«Proceda a uma avaliação do cumprimento dos acordos com a Espanha através da monitorização dos caudais à entrada de Portugal. Caso se confirme o cumprimento do acordo, o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, deve avaliar a atualidade do acordo em vigor e verificar se esses caudais são suficientes para garantir a manutenção da boa qualidade ecológica dos ecossistemas portugueses».

domingo, 14 de junho de 2015

Um dever de cidadania!






Portugal ainda tem muito que caminhar em matéria de ambiente, designadamente, no que respeita a educação das populações. Algo elementar na vida comunitária. 

Não basta a limpeza dos serviços camarários, já que este apenas se restringe aos centros das cidades. 
Em regra, onde existe maior probabilidades de passagem de turistas.

As periferias continuam sacrificadas pela má educação ou dos seus habitantes ou dos que passam e que teimam numa atitude de desprezo pelo espaço urbano que todos partilhamos.

A qualidade dos espaços é de responsabilidade de todos nós, tal como muitos outros deveres, é um dever de cidadania.




A vida nasceu na água ...




A forma simples como GALOPIM DE CARVALHO descreve a dinamica do "Planeta Terra" que permitiu as primeiras fases de evolução molecular, levou-me a que fizesse referência ao seu novo post.



domingo, 5 de abril de 2015

Bio-carvão. Carvão 100% ecológico


A produção de bio-carvão em Oliveira de Azeméis já é uma realidade que o ambiente muito agradece, sendo este único na Península Ibérica.
Trata-se de um produto que se caracteriza por:
- estar isento de fumos;
- não produz gases tóxicos; e,
-  elevado poder calórico.
Este produto pode ser utilizado em dois setores diferentes: par uso domestica - bio-carvão Biopower; e, como reestruturador de solos – bio-carvão Ecochar.
Este passo em nome do ambiente deve-se aos conhecimentos técnicos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Universidade de Aveiro.
Esta proeza tem o nome da Ibero Massa Florestal.
Ler o artigo do Jornal Público.



terça-feira, 31 de março de 2015

Pesca Sustentável


Legislação sobre recursos geológicos uma miragem?


A lei de bases dos recursos geológicos foi adiada, deixando de ser discutida na especialidade na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território.
Segundo o ministro do Ambiente, a  proposta, «assume um papel relevante para a promoção de um sector mineiro dinâmico, que capte e realize investimento e promova o crescimento da economia nacional, sustentável nos planos económico, social, ambiental e territorial, garantindo retorno e emprego para as comunidades onde se insere».

De acordo com a noticia «O novo modelo de concretização da política pública para os recursos geológicos passa a ser expresso através de programas sectoriais. Haverá um reforço da comunicação e articulação com entidades com competências conexas durante o procedimento de atribuição de direitos. É ainda instituída a consulta obrigatória aos municípios numa fase inicial do procedimento, com o objectivo de dar ao investidor a informação relevante sobre a área em que pretende investir, bem como envolver a população local e garantir que a actividade esteja integrada socialmente na comunidade e que possa significar dinamismo económico.

Passa também a ser necessário fazer um pedido de informação a outras entidades, como a Agência Portuguesa do Ambiente, numa fase inicial do procedimento, para acautelar eventuais constrangimentos de natureza ambiental ou de gestão territorial e “conferir maior previsibilidade ao procedimento e segurança ao investidor».

Acresce ainda que, « Para potenciar o investimento e dinamismo no sector é criado um novo tipo de direitos sobre os recursos geológicos e minerais. Os direitos de avaliação prévia permitirão ao titular realizar estudos e tratar a informação disponível sobre um determinado recurso durante o prazo de um ano. No final deste prazo permite-se ao investidor avançar para o pedido de prospecção e pesquisa ou exploração».

O adiamento da entrada em vigor do novo diploma agoniza a setor, já que, este segue normativos da década de 90.




Poluição no Rio Nabão

O semanário Regional "o Mirante" avança a 08/03/208 com a noticia sobre a poluição do Rio Nabão. A sua importância leva-me a tr...